sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O chopim vira-bosta

O nosso conhecido chopim vira-bosta carrega o pomposo nome científico de Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789). Apesar de Johann Friedrich Gmelin constar como o primeiro a descrever a espécie, não foi bem o que aconteceu. Ele foi o responsável pela publicação da 13ª edição da famosa obra de Lineu: Systema Naturae. Nesta edição foram acrescentados diversos animais, entre eles o Chopim. Como não se sabe o responsável pela descrição de muitas espécies, a atribuição acabou recaindo sob Gmelin, que, de fato, não era um zoólogo.
O chopim, como sabemos,  coloca seus ovos no ninho de aves de outras espécies. Após o nascimento, o filhote da ave pede comida insistentemente a seus pais “adotivos”. Foi este comportamento que deu origem a seu nome científico, que vem do grego: Mölos = luta, batalha; e thöskö = impregnar. O animal descrito deve ter vindo da região do Prata, o que fez com que fosse chamado de bonariensis. Simplificando, podemos chamá-lo de Portenho Impregnante.

















Quando esteve na Vila de Nossa Senhora da Luz, por volta de 1822, o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire deixou anotado a impropriedade do nome. Muito mais do que portenho o pássaro abundava mesmo era nos campos paranaenses. Curitiba sofria uma verdadeira infestação dessas aves, o que o levou a propor o nome alternativo de Oxilonanus curitibensis (Saint-Hilaire, 1822). Apesar disto, prevaleceu a denominação que consta do Systema Naturae.
A variedade que habita Curitiba tem exatamente as mesmas características parasitárias dos outros chopins. No entanto, ela tem uma peculiaridade muito própria.O famoso ornitólogo Olivério Pinto estudou essa variedade nos final dos anos 1950. Não encontrou nenhuma diferença física em relação aos demais vira-bostas. Constatou, portanto, que sua singularidade era puramente comportamental. O idiosincrasia da ave curitibana era a capacidade de reconhecer prontamente os humanos cujas práticas eram semelhantes às suas, ou seja, aqueles que tiravam a comida da boca alheia. 



Para complementar seu estranho comportamento, assim que o chopim reconhecia os seus pares humanos prontamente passava a habitar em sua vizinhança. Antigamente, o pássaro vivia espalhado por Curitiba, mas com a criação do Centro Cívico, que reuniu Executivo, Legislativo e Judiciário numa mesma zona da cidade, os chopins se dirigiram para lá em bandos e desde então não mais saíram. Mais tarde, a instalação da Prefeitura e do Tribunal de Contas na região só fez acentuar o fenômeno. Atualmente, o LACRIAS - Laboratório de Criação e Incubação de Animais Alternativos, Silvestres e Exóticos, da UFPR, desenvolve um projeto, com o apoio do CNPQ, visando compreender o comportamento da ave e questionando se é o caso de propor que passe a ser chamada de Oxilonanus curitibensis centrocivicus. Quem sabe, o chopim poderá ser considerado um pássaro Curitibano da Silva.

Os chopins do Centro Cívico



















domingo, 20 de julho de 2014

O Futuro no Pretérito

Ultimamente, alguns pesquisadores têm encontrado evidências da presença entre nós de viajantes do tempo ou de extraterrestres em fotografias e filmes antigos. Algumas dessas imagens tornaram-se famosas no Youtube.




O privilégio das visitas de E. T.s ou de viajantes do tempo não pertence aos EUA. Eles também viviam entre os curitibanos. As grandes filas de caminhão fazem parte da história do Paraná. Nesta foto, da década de 1950, aparece o caminhoneiro Orlando Brzezinski, natural de Prudentópolis, e sua noiva Maristela Alvares Petrelli, que morava no Capão da Imbuia, em Curitiba.



Na foto, enquanto Orlando tira uma soneca, Maristela, com seu olhar melancólico, se distrai jogando em um celular ou tablet. Como isto é possível? O fato só pode ser explicado pela presença no Paraná de seres que detinham tecnologias sofisticadas que provinham de outros lugares ou tempos.  O interessante é que, poucos dias antes do casamento, Maristela sumiu sem deixar paradeiro. A grande festança de casamento na colônia polaca teve que ser cancelada às pressas. Orlando nunca quis falar sobre o caso. Contava apenas que, aos poucos, a sua noiva fora se transformando. Parecia uma pessoa do outro mundo, que olhava para o céu aos prantos e estava obcecada com uma "caixinha" com a qual falava línguas estranhas. Aos poucos, fora perdendo contato com o mundo no qual vivia, até desaparecer. Maristela parecia nunca estar onde estava, pois sua atenção se voltava sempre para outro lugar.