quinta-feira, 14 de julho de 2016

Zenaide

Em fevereiro de 1970, a revista Realidade publicou um conjunto de charges do cartunista francês Gerard Lauzier, nas quais ele recordava cinco episódios amorosos que viveu no Brasil: “Cinco brasileiras inesquecíveis” – uma carioca, uma paulista, uma baiana, uma alagoana e Zenaide, uma paranaense.


1 – No Paraná eu namorei uma moça chamada Zenaide. Uma tarde, no quintal de sua casa, eu peguei nas mãos dela (Mas sem maus pensamentos, eu juro!)…
2 – Penso que ela interpretou mal o meu gesto…
3 – Zenaide dá um tapa no cartunista – “Zenaide, me desculpe!”
4 – O cartunista perseguindo Zenaide a cavalo – Amedrontei a menina, coitada! “Perdão, Zenaide, perdão!”.
5 – O cartunista nadando atrás de Zenaide – Ela ficou em estado de choque, eu sou um bruto! “Você interpretou mal o meu gesto, Zenaide!”.
6 – Zenaide trepando numa árvore, e o cartunista também – Eu sou um animal! Feri a sensibilidade da menina! “Não foi falta de respeito, Zenaide!”.
7- Zenaide e o cartunista caindo da árvore – O beijo: “Na queda minha boca entrou em contato com os beiços dela! Mas foi sem querer, eu juro!”.
8- Zenaide e o cartunista caídos na relva, sob a árvore – “Você vai pensar que eu sou uma moça fácil!” – diz Zenaide, enxugando as lágrimas.Conclusão do cartunista: “Acho que a moça sulista é uma hipersensível”.

Enganou-se o cartunista. Zenaide não era hipersensível, era Curitibana da Silva.